A Arandu nasceu em meados de 2024, a partir do diálogo com a Coordenadoria de Política para Indígenas LGBTQIA+ do Ministério dos Povos Indígenas, com o objetivo de contribuir para a construção de políticas públicas voltadas aos povos indígenas, desde uma perspectiva interseccional e transversal. Isso significa reconhecer e articular as vivências e experiências marcadas por gênero, sexualidade, raça e etnia.

 

A Arandu nasce do compromisso de aproximar Estado, Universidade e Movimentos Sociais, por meio do que Rita Laura Segato definiu como uma antropologia por demanda — ou seja, um modo de produzir conhecimento a partir das necessidades expressas pelas próprias pessoas, coletivos e instituições envolvidas — com foco na melhoria da qualidade de vida desde a perspectiva de quem protagoniza as lutas por direitos.

 

Arandu é uma palavra indígena guarani que carrega em si o sentido profundo da sabedoria ancestral. É conhecimento vivo, construído na escuta, no diálogo e na troca entre pessoas, tempos e mundos. É esse o espírito que guia a nossa rede: cultivar saberes compartilhados, enraizados no respeito, na diversidade e na luta por futuros mais justos, plurais e comunitários.

 

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A rede integra o INCT Caleidoscópio - Nucleação Centro-Oeste e compartilha de seus objetivos estratégicos. No contexto da Arandu, esses objetivos ganham forma a partir de ações voltadas às realidades dos povos indígenas, com foco na diversidade de gênero e sexualidade:

 

1️⃣ Observatório de indicadores de violências e vulnerabilidades voltado ao monitoramento de situações que afetam mulheres indígenas e indígenas LGBTQIA+ no contexto acadêmico e em seus territórios, contribuindo com dados para o enfrentamento dessas violências.

 

2️⃣ Desenvolvimento de tecnologias sociais e de comunicação que sirvam como instrumentos de fortalecimento comunitário e subsídios para políticas públicas interseccionais, especialmente voltadas a pessoas indígenas em situação de vulnerabilidade por razões de gênero, sexualidade, raça e etnia.

 

3️⃣ Incubar projetos reunindo pesquisadoras(es) indígenas e não indígenas, da pós-graduação ao ensino médio, na Incubadora do INCT Caleidoscópio, a fim de aprofundar a relação entre universidade e sociedade na produção de conhecimento situado e coletivo.

 

4️⃣ Promoção de ações de transferência de conhecimento e divulgação científica, com linguagem acessível e intercultural, voltadas à valorização das trajetórias indígenas e à sensibilização de futuras gerações sobre a importância da diversidade nos espaços de produção de saber.

 

Nos orientamos por uma ética comprometida com os povos indígenas, inspirada na metodologia proposta por Linda Tuhiwai Smith. Nosso compromisso é com a construção de um conhecimento engajado, dialógico e propositivo, como propõe Patricia Hill Collins, voltado para a justiça social e a pluralidade das formas de existir e resistir.

 

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Para nos apresentar de forma mais ampliada, produzimos uma apostila que descreve quem somos, as atividades de um coletivo indígena LGBTQIAPN+, os coletivos nacionais e internacionais, um mapeamento de políticas públicas para estes grupos, e o protocolo seguido pela rede Arandu para realizar pesquisas com pessoas indígenas LGBTQIAPN+ no Brasil.

 

Dada a responsabilidade ética envolvida na realização de pesquisas com pessoas indígenas LGBTQIAPN+ no Brasil, a rede Arandu, em colaboração com ativistas e pesquisadoras(es) indígenas e não indígenas, produziu de forma coletiva e colaborativa um protocolo ético de atuação para conduzir as atividades da rede. Acesse nossa apostila e conheça mais sobre as nossas ações clicando aqui.

 

Outra produção de impacto da rede Arandu é uma cartilha de título Pessoas indígenas LGBTQIAPN+ e a luta por justiça climática: Um lugar na mesa de negociaçãoEsta cartilha tem como objetivo explicar por que e como as pessoas indígenas que vivenciam o gênero e a sexualidade de modos não-normativos são importantes nas negociações do clima. Para isso, é abordado a relação entre os direitos humanos e a emergência climática; as negociações sobre clima e da COP30 no Brasil; as lutas indígenas LGBTQIAPN+ em interface com a política climática, e a política climática brasileira.

 

Essa cartilha foi elaborada de forma colaborativa por diversos grupos e coletivos comprometidos com a produção e a difusão de conhecimentos interdisciplinares e interseccionais. Participaram da sua construção a Arandu – Rede Colaborativa de Pesquisa: Povos Indígenas, Gênero e Sexualidade; Brasília Research Center – Rede Earth System Governance; o Coletivo TYBYRA; o Grupo de Pesquisa em Relações Internacionais e Meio Ambiente (GERIMA-UFRGS); e o INCT Caleidoscópio – Instituto de Estudos Avançados em Iniquidades, Desigualdades e Violências de Gênero e Sexualidade e suas Múltiplas Insurgências.

 

Acesse a cartilha clicando no link a seguir: Pessoas indígenas LGBTQIAPN+ e a luta por justiça climática: Um lugar na mesa de negociação

 

Nossa equipe

 

A rede Arandu é composta por um grupo diverso de pesquisadores e ativistas, indígenas e não-indígenas, de diversas instituições do Brasil: professores, doutores, mestrandos e estudantes de graduação. Conheça nossa equipe:

 

Tchella Maso - Universidade de Brasília (NUGRAD- Núcleo de Pesquisa sobre Gênero, Raça e Diferença na Política Internacional/ Grupo de Pesquisa Povos Indígenas e Política Global).

 

Xaman Minillo - Universidade Federal da Paraíba - UFPB (Departamento de Relações Internacionais, Programa de Pós-Graduação em Ciência Política e Relações Internacionais - PPGCPRI).

 

Amanda Ferreira - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC Rio (Instituto de Relações Internacionais - IRI).

 

Líndice Beatriz Tavares de Souza - graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Federal da Paraíba.

 

Alessandra Prates Barreras Carriero - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Doutoranda (PGDR), Grupo de Pesquisa Povos Indígenas e Política Global, Relações Internacionais e Meio Ambiente.

 

Azzy Melo de Sousa - Especialista em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca ENSP (FIOCRUZ / RJ) e Mestranda em Antropologia (UFC / UNILAB) e Grupo de Pesquisa sobre Povos Indígenas (UNILAB-CE).

 

Flávia Belmont - Doutora pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC Rio e membro do NUGRAD - Núcleo de Pesquisa sobre Gênero, Raça e Diferença na Política Internacional, vinculado à Universidade Federal de Uberlândia.

 

Nicholas Ian do Nascimento Pedroso - graduando em Relações Internacionais pela Universidade Federal da Paraíba.

 

Júlia Machado Dias - Mestra em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Especialista em Políticas Públicas de Gênero para América Latina e Caribe pelo Conselho Latinoamericano de Ciências Sociais (CLACSO), Consultora do Ministério dos Povos Indígenas.

 

Danilo Tupinikim - Graduado em Ciência Política pela Universidade de Brasília, co-fundador do Coletivo TYBYRA e Assessor Internacional na APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).

 

Katiuscia Moreno Galhera - Professora visitante PPGS- Universidade Federal da Grande Dourados.

 

Giorgio Garcia Cristofani - Pesquisador em saúde indígena (Fiocruz); Coordenador de Engajamento Comunitário (ISARIC); Mestre em Relações Internacionais (PUC Rio); Núcleo de Pesquisa sobre Gênero, Raça e Diferença na Política Internacional (NUGRAD); Grupo de Pesquisa Povos Indígenas e Política Global.

 

Alane Beatriz - indígena Baré, graduanda em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília.

 

Amanda Cruz - Mestre em Relações Internacionais -PUC Rio (Instituto de Relações Internacionais - IRI).

 

Kiga Boé - Doutoranda em Antropologia Social na Universidade Federal de Goiás, co-fundadora do Coletivo TYBYRA.

 

Nickolas Sá - Professor na Universidade Federal de Roraima e doutorando Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC Rio (Instituto de Relações Internacionais - IRI).

 

Yara Resende Marangoni Martinelli - Assessora de Projetos (ABM); Coordenadora da Câmara Técnica de Políticas Sociais e Combate às Desigualdades do Conselho da Federação; Mestre em Relações Internacionais (UnB); Pesquisadora do Brazilian Research Center do Earth System Governance; Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Povos Indígenas e Política Global.

 

Sebastián Granda Henao – Professor Visitante no Programa de Pós-Graduação em Fronteiras e Direitos Humanos na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Coordenador do Projeto de Extensão Acolher!, membro do Observatório de Protocolos Comunitários de Consulta Prévia, Livre e Informada e do Grupo de Pesquisa Povos Indígenas e Política Global.