Entre Subjetividade e Institucionalização: gênero e sexualidade em contextos indígenas é a temática do segundo encontro do ciclo de palestras do curso de extensão “Saberes Indígenas, Gênero e Sexualidade em Diálogo”, promovido pela Rede Colaborativa de Pesquisa Povos Indígenas, Gênero e Sexualidade - Arandu, vinculada ao Observatório e Incubadora da Nucleação Centro-Oeste do INCT Caleidoscópio.
Transmitido ao vivo no dia 16 de junho às 19:30 horas (horário de Brasília) pelo canal do YouTube do INCT Caleidoscópio, este encontro tem como proposta debater nossa compreensão sobre corpo, gênero e sexualidade com protagonismo de epistemologias indígenas.
Visto que, as experiências de gênero e sexualidade em contextos indígenas desafiam as categorias impostas pelo pensamento ocidental e revelam formas plurais de existência, esta palestra propõe ser um espaço de escuta e diálogo sobre como essas vivências são construídas, tensionadas e, muitas vezes, institucionalmente silenciadas ou renomeadas. Para além das reflexões sobre essas questões no Brasil, também será feito um debate sobre discursos hegemônicos e internacionais de emancipação sexual e seu potencial de colonizar subjetividades a partir de novas roupagens.
Para realizar essas e outras considerações, o encontro conta com a presença de Paulo de Tássio Borges da Silva, líder do Grupo de Pesquisa Kijetxawê e vinculado à Universidade Federal Fluminense (UFF) e à Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB); de Thyara Pataxó, participante do Coletivo e Instituto Ipakéy e do Coletivo APOEMA, e estudante da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); e de Manuela Picq, professora da Amherst College, e integrante do La Coletiva e do Movimento de Defensores da Água nos Páramos de Kimsakocha.
Com mediação da Tchella Maso (UnB), coordenadora da rede Arandu, o segundo encontro incentiva pensar as relações entre subjetividades indígenas, gênero e sexualidade e poder, sendo um aporte fundamental do ciclo de oito palestras do espaço de escuta, troca e formação com pessoas acadêmicas e não acadêmicas, de diferentes etnias, territórios, países e campos de atuação. Ao fim, cada encontro contribuirá em distintos aspectos para aprofundar reflexões e colaborações no campo de Povos Indígenas, Gênero e Sexualidade.
Para participar do curso, não é necessário realizar inscrição prévia, entretanto, para receber certificado, é preciso se inscrever pelo formulário até o dia 23 de junho, e preencher a lista de presença disponibilizada durante cada encontro. Acesse o formulário de inscrição clicando aqui.
Todos os encontros do curso ficarão disponível no canal do INCT Caleidoscópio no YouTube para ampliar o alcance e o impacto da proposta.
Sobre o curso de extensão
O curso de extensão “Saberes Indígenas, Gênero e Sexualidade em Diálogo” teve início no dia 26 de maio, sendo o primeiro encontro de oito que serão realizados de maio a dezembro, toda segunda-feira na terceira semana de cada mês, às 19:30 horas, ao vivo pelo YouTube do INCT Caleidoscópio.
Com o tema Direitos Indígenas, Políticas Públicas, Território, participaram de Niotxarú Pataxó, do Ministério dos Povos Indígenas (MPI); Gualoy Guarani e Kaiowá, da JUIND (Juventude Indígena da Diversidade Guarani Kaiowá). A abertura partiu do contexto histórico de invisibilização e marginalização dos povos indígenas, destacando o papel fundamental da temática na construção de uma academia mais inclusiva e representativa.
A discussão se torna mais relevante considerando os desafios contemporâneos enfrentados pelos povos indígenas na garantia de seus direitos territoriais, identitários e de acesso às políticas públicas específicas, especialmente quando interseccionamos essas questões com as diversidades de gênero e sexualidade presentes nas cosmologias indígenas.
A transmissão salva pode ser acessada pelo link abaixo:
Acesse o primeiro encontro pelo link: 1º Encontro Direitos Indígenas, Políticas Públicas, Território l curso de extensão Rede Arandu
O curso de extensão é promovido a partir de diálogos qualificados entre lideranças indígenas e pesquisadoras(es) acadêmicos, ao longo de oito meses com duração total de 60 horas. Os encontros acontecerão no período noturno com participantes de diferentes etnias, territórios, países e campos de atuação, promovendo o diálogo direto com autoras(es) e lideranças indígenas cujas ideias são centrais para o campo.
A iniciativa da rede Arandu (Rede Colaborativa de Pesquisa Povos Indígenas, Gênero e Sexualidade) propõe mesas-redondas e palestras abertas ao público, com o objetivo de aproximar saberes acadêmicos e não acadêmicos e valorizar os conhecimentos indígenas em diálogo com as temáticas de gênero e sexualidade. Abordando questões centrais para a compreensão das interseções entre território, políticas públicas, sexualidades e corporeidade nas comunidades indígenas e colonas, os encontros virtuais e gratuitos têm início em maio e se estendem até o mês de dezembro.
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A presença e o protagonismo de vozes indígenas nesses debates são centrais para descolonizar o conhecimento acadêmico. Assim, pretende-se ampliar sua visibilidade e, na mesma medida, o horizonte de compreensão sobre as diversas formas de existir e se relacionar no mundo, destacando cosmologias e entendimentos diversos sobre experiências corporais e relações de gênero.
Dessa forma, a formação busca contribuir para a construção de pontes entre a universidade e outros espaços de produção de conhecimento. Ao promover o contato com a literatura existente na área, fomentar novas perguntas e estimular a criação de redes, a iniciativa fortalece a formação crítica dos participantes e questiona paradigmas eurocêntricos e heteronormativos predominantes na academia.
Ao incentivar o questionamento de paradigmas eurocêntricos e heteronormativos que ainda prevalecem na academia e na sociedade, a iniciativa também contribui para o desenvolvimento de perspectivas teóricas e metodológicas inovadoras, proporcionando um aprendizado situado por meio do diálogo direto com autoras(es) e lideranças indígenas cujas ideias são fundamentais para o campo.
Com uma programação diversa e aberta, o curso fortalece redes de pesquisa, afeto e atuação política, contribuindo para a construção de pontes entre diferentes formas de conhecimento e para a democratização do saber.
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